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Relatos de um turista mocorongo em Santarém

O EMBARGUE

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                  Manaus-AM  ------------------> Santarém-PA

Era 22 de dezembro de 2003. Após todos os preparativos feitos. Todas as coisas arrumadas e após estarmos de posse de todos os presentes e lembranças que decidimos levar. Era hora de partir nesta viagem tão esperada por todos. Teríamos que sair às 05:00 horas da manhã e ir até a casa de um amigo. Este nos levaria em nosso carro até o porto e de lá voltaria e o deixaria guardado em sua garagem. Fizemos todo esse trajeto e às 05:40 chegamos ao porto da escadaria de Manaus, onde pegaríamos a lancha que nos levaria até Santarém. Na última vez que viajei até minha cidade natal, fora de avião. Agora haviam as lanchas “a jato” que faziam a viagem em 12 horas. A decisão de usa-las foi justamente pelo fato de economizar dinheiro e ao mesmo tempo aproveitar a vista maravilhosa e desestressante de uma viagem pelos rios amazônicos. Despedidas feitas, entramos na lancha e nos acomodamos nas poltronas indicadas nos bilhetes. A lancha era uma embarcação em metal com forma comum de uma lancha, destas que nós chamamos de voadeiras aqui na região, só que bem maior, uns 15 metros mais ou menos. Muito confortável. Dois banheiros, ar condicionados e com um pessoal de bordo muito simpático e prestativo. Notei que ficamos perto da pequena cantina, onde eram servidos lanches e guloseimas a preços um pouco acima da média da cidade, mas perfeitamente acessíveis. Estávamos ali, além dos cronista aqui, minha esposa e meu casal de filhos. Para o menino era a primeira vez que iria a Santarém fora da barriga da mãe, visto que em 1996 ela foi de férias ainda grávida deste, ou seja, na verdade era sua segunda viagem, esta porém, iria sem as mordomias que o cordão umbilical lhe proporcionara na primeira viagem.

Ali parados começamos a admirar nosso belo Rio Negro. Àquela hora da manhã havia um grande movimento de pessoas pelo cais e pela calçada. Sai um pouco e fui até o mercado Adolpho Lisboa comprar algumas frutas frescas para a viagem. Por sorte o ancoradouro da lancha era bem atrás deste grande monumento arquitetônico de Manaus. Uma réplica do extinto Mercado Les Hales de paris, construído em 1882 e que fica voltado para o Rio Negro. Voltei e fiquei apreciando todo aquele vai e vem. O garoto do dindim já estava ali entre o grande número de pessoas que vinham se despedir e viajar. Dindim é suco de fruta em saquinho, que por ai afora no Brasil recebe diferentes nomes, como sacolinha, chopinho, flau, miau, dentre outros. Havia  uma banca de café regional dentro da balsa que era usada como ancoradouro das lancha e ali muitas pessoas já degustavam suas tapioquinhas e  X-caboquinhos (pão com ovo, queijo e tucumã), algumas das guloseimas tradicionais de nossa culinária. O caminhar de pessoas era intenso. Voltei para dentro da lancha no exato instante que um dos tripulantes avisava que era hora de todos se acomodarem, pois iriamos partir em 5 minutos. Exatamente às seis horas e dez minutos zarpamos rumo a cidade de Santarém, no vizinho estado do Pará. Para trás ficava Manaus e toda sua agitação e beleza de cidade grande.

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