“Uma jóia da belle époque cravada na selva amazônica. Com este propósito a mais audaciosa iniciativa cultural empreendida no país, que nivelaria Manaus aos maiores centros da civilização ocidental, surge a idéia em 1881 de erigir na cidade com menos de cem mil habitantes não um simples teatro mas um monumento à arte. A proposta original, do deputado provincial Antônio José Fernandes Júnior, de oferecer ao público um local seleto e confortável para atender às solicitações de um refinado senso estético, logo evoluiu para o projeto que ambicionava unir requinte, solidez e longevidade. Tanto que o orçamento sugerido por Fernando Júnior 60 contos de réis foi considerado irrisório pelos demais parlamentares. Foi aprovada pela Assembléia Legislativa emenda que elevada a 120 contos a dotação para a obra, ainda assim insuficiente para a grandiosidade pretendida, pois a imponente e recém-concluída matriz da cidade tinha custado 1.000 contos. A lei afinal sancionada em 1882 pelo Presidente da província, José Lustosa da Cunha Paranaguá, estipulava em 250 contos o orçamento e abria concorrência para a apresentação de plantas. No entanto, a escolha do projeto com o qual a obra seria iniciada a pedra fundamental foi lançada em 1884 obedecia àquela pretensão de refinamento, alentada pela opulência econômica, que dera origem ao sonho de erguer na selva um templo sagrada da ópera.”
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