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Ingrid tentou fugir para o Brasil em 2005

A ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt pretendia chegar ao Brasil em uma das suas tentativas de fuga durante os seis anos que ficou em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), segundo reportagem da CNN. O ex-congressista colombiano Luis Eládio Perez, que foi companheiro de Ingrid no cativeiro, contou detalhes da fuga frustrada à rede de TV americana. Segundo ele, a ex-senadora também teve que escapar de tentativas de estupro e enfrentar desentendimentos com outros reféns.

O ex-congressista passou quatro dos seus seis anos de cativeiro ao lado de Ingrid, antes de ser libertado pela guerrilha, no início deste ano. Perez acompanhou Ingrid na tentativa de fuga que levou a ex-senadora a ficar acorrentada durante três anos, conforme ela contou na semana passada, depois de ser libertada em uma operação do Exército colombiano. Ingrid, que está em Paris.

Perez diz que pouco depois da meia-noite do dia 20 de julho de 2005 ele e Ingrid aproveitaram a escuridão para entrar na selva colombiana. Eles haviam decidido fugir depois de perceberem que os guerrilheiros estavam cercando o cativeiro onde estavam com arame farpado. Os dois chegaram então a um rio, onde mergulharam e nadaram por cerca de duas horas.

"Nós achávamos que o rio nos levaria até o Brasil", disse o ex-refém à CNN.

Ingrid e Perez chegaram a outra margem do rio e correram até o amanhecer, segundo o ex-refém. Ele diz que durante cinco dias, eles se escondiam e descansavam enquanto estava claro, e nadavam e corriam durante a noite. Os dois estavam com a saúde debilitada e tinham pouca comida. Perez lembra que, durante a fuga, Ingrid perdeu três iscas que eles pretendiam usar para pescar. No sexto dia, os dois decidiram se entregar depois que Perez, que é diabético, começou a se sentir mal.

"Quando nos entregamos, os guerrilheiros adotaram a repressão total", contou Perez.

O ex-congressista disse que logo que foi seqüestrada - em fevereiro de 2002 - a ex-senadora era bem tratada pela maior dos guerrilheiros. A situação mudou depois da tentativa de fuga. A tensão entre os próprios reféns também levou as Farc a endurecer o tratamento dado a eles. Perez conta que brigas e discussões eram comuns no cativeiro.

"Sem dúvida, é difícil quando muitas pessoas estão vivendo juntas" - disse Perez. "Havia incidentes e conflitos diariamente. Diferentes opiniões entre os reféns criavam atritos que resultavam em brigas".

Fonte: O Globo Online

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