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Lembrando de Stanislaw Ponte Preta – Sérgio Porto

Gosto demais de todas as crônicas e textos que li até hoje de Stanislaw Ponte Preta. Do primo Altamirando a Velha da Motocicleta, todos seus personagens são gente como agente.

Hoje estive no Ministério Público Estadual com alguns membros da comunidade para falarmos sobre titulação fundiária do nosso bairro. Fomos em número de sete pessoas, mais a companhia do Dep. Estadual Luiz Castro e alguns assessores. Fomos recebidos pelo Excelentíssimo Senhor Promotor Público Estadual,  Dr. Davi Carramanho. Na conversa descontraída que mantivemos, em um momento ele falou de sua forma habitual de se vestir sem as roupas que o rigor da profissão impõe, e que é comum pessoas o tratarem com algumas desconfiança, mesmo quando esse tramita em algum tribunal. Lógico que se referia  a pessoas quem não o conhecem e tem a mania de julgar as pessoas por paletó e pela gravata.

Bem, mas voltando ao Stanislaw, lembrei da crônicas que ele fala do Leônidas Xamas e faz desse personagem seu teste de conhecimento para alguns vendedores de lojas. Faz deste marca de chapéu a de gravata, e todas as pessoas nas lojas que ele entra acham suas desculpas para não terem aquela marca, Leônidas Xamas, no momento que ele pergunta sobre; inclusive com citações de que “está em falta, mas já estamos pedindo um novo lote” ou “tínhamos mais acabou hoje”.

Isso mostra como nós brasileiros somos propensos ao julgo e a indução. Se alguém nos pergunta algo que não sabemos, sempre damos um jeito de sair sem admitir nossa ignorância. Se vemos alguém de terno é doutor, de camisa simples é alguém e de chinelo é pé-de-chinelo mesmo, ou pé rapado.

Lembrei do dia em que fui num tribunal visitar um Juiz. Vesti ali meu único terno e quando cheguei no tribunal todos me cumprimentavam pela alcunha de doutor. – Bom dia Doutor. Me disse o guarda na entrada. – Tudo bom doutor? Perguntou o rapaz que passou por mim com alguns papéis. – Pra onde Doutor? O ascensorista. E assim por diante.

Acabei deduzindo que aqui em Manaus a melhor forma de fazer um doutorado é por uma boa calça, um terno e uma gravata. Pronto, já estar doutorado.

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