Pesquise no Blog

Mal Secreto – Soneto de Raimundo Correa

se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

image

Raimundo Correia (R. da Mota de Azevedo C.) nasceu a 13 de maio de 1859, abordo do navio São Luiz, ancorado em águas maranhenses. Filho de família de classe elevada, realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em 1882 formou- se Advogado pela Faculdades do Largo São Francisco e, logo depois, retornou ao Rio de Janeiro, onde fez um bem-sucedida carreira judiciária. Faleceu a 13 de setembro de 1911, em Paris, onde foi tratar da saúde.

Raimundo Correia iniciou sua carreira poética com o livro "Primeiros sonhos", revelando forte influência dos poetas Românticos Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves. Em 1883 com o livro "Sinfonias", assume o Raimundo Correa e passa formar, ao lado de Alberto Oliveira e Olavo Bilac, a famosa "Tríade Parnasina".

Os temas adotados por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos. Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada por um forte pessimismo, chegando até a ser sombrio. Ao analisar a obra de Raimundo Correia percebe-se que há nela uma evolução. Ele iniciou sua carreira como Romântico, depois adotou o parnasianismo e, em algumas poemas aproximou-se da escola Simbolista.

A sua obra é composta por "Primeiros Sonhos"; "Sinfonias"; "Versos e Versões"; "Aleluias" e "Poesias"

Um comentário:

ROSELYS disse...

Saudade,muita saudade da juventude,
Cadernos que trocàvamos,entre colegas,para escrevermos poesias. o
ALBUM DE,RECORDAÇÃO, onde amigos, e até mesmo parentes,deixavam, poesias
cronicas,todas com dedicatórias , elogiando a dona, a certeza da amizade etc.Havia também, os namorados românticos que presentiavam com BILAC, GUILHERME DE ALMEIDA, ... e na despedida sempre tinham uma estrofe para o boa noite.a mocidade de hoje não sabem como era bom. SÓ TENHO 87 ANOS. Valeu foi a sua postagem.que Deus lhe guarde.




SAUDADE, MUITA SAUDADE DA JUVENTUDE. CADERNOS COM COLEÇÃO DE PÓESIAS, ALBUNS DE RECORDAÇÃO, passado entre os amigos e namoradinhos.Tenho o meu , desde 1940, QUANDO ENTREI NO GINÁSIO
TENHO SÓ 87 ANOS. VC ME FEZ ACREDITAR QUE AINDA EXISTE ROMANTISMO ENTRE OS JOVENS.ABRAÇO